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2012 - Livro Vermelho 2013

Nidularium utriculosum Ule VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-04-2012

Criterio: B1ab(iii)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

Nidularium utriculosum é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os registros no Rio de Janeiro foram realizados nos municípios de Duque de Caxias, Xérem e na Restinga de Copacabana. Há ainda um registro que difere de todas as informações consultadas para a espécie, oriundo do município de Santa Teresa, no Estado do Espírito Santo. Mesmo assim, a espécie apresenta distribuição restrita (EOO=9.733,51 km²), e encontra-se sujeita a menos de 10 situações de ameaça. A localidade-tipo da espécie é indicada como a Restinga da Praia de Copacabana, que teve sua vegetação totalmente extinta há mais de 100 anos, e que hoje abriga uma das maiores densidades populacionais do Rio de Janeiro. As Florestas Ombrófilas Densas de Baixada ou de Terras Baixas, de onde são conhecidas as subpopulações de N. utriculosum (proximidades da Reserva Biológica do Tinguá), foram totalmente suprimidas para dar lugar a pastagens e monoculturas, e hoje se encontram reduzidas a menos de 7% de sua cobertura original. Assim, a espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU). Considerando que as últimas coletas da espécie foram realizadas há bastante tempo, e que a coleta do Espírito Santo é duvidosa, maiores estudos são necessários, tendo em vista que a situação da espécie na natureza pode ser ainda mais crítica.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Nidularium utriculosum Ule;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Karatas utriculosa ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

O nome faz referência a suas folhas formando um tanque constrito no ápice. A espécie foi descrita na obra Ber. Deutsch. Bot. Ges. 16: 347. (1898) por Ule. Esta espécie integra o "subcomplexo scherementiewii", sendo o próprio N. scherementiewii um dos táxons com parentesco mais próximo. É caracterizado por folhas esparsamente espinulosas, escapo relativamente bem desenvolvido, mas o não o suficiente para elevar a inflorescência acima da roseta foliar (Leme, 2000).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado do Rio de Janeiro (Martinelli et al., 2008; Forzza et al., 2011). Os registros no Estado do Rio de Janeiro foram realizados nos municípios de Duque de Caxias, Xérem e na restinga de Copacabana, município do Rio de Janeiro. Há ainda registro que difere de todas as informações consultadas para a espécie oriundo do município de Santa Teresa, no estado do Espirito Santo (CNCFlora, 2011). Foi considerada Rara (Wanderley et al., 2009).

Ecologia

A espécie ocorria em Restingas e Florestas Ombrófilas Densas (Martinelli et al., 2009) de baixada ou Terras Baixas sensu (Veloso et al., 1991) associadas ao bioma da Mata Atlântica (Leme, 2000; Martinelli et al., 2008; Martinelli et al., 2009; Forzza et al., 2011). Foi registrada com flores em novembro, mas o protólogo da espécie indica a fenologia deste táxon para os meses de março e abril (Leme, 2000).

Ameaças

1.1 Agriculture
Severidade very high
Detalhes A localidade-tipo da espécie é indicada como a restinga da praia de Copacabana, que teve sua vegetação totalmente extinta a mais de 100 anos e que hoje abriga uma das maiores densidades populacionais no Estado do Rio de Janeiro (Leme, 2000). As Florestas Ombrófilas Densas de baixada ou de Terras Baixas (até 250 m de altitude), sensu (Veloso et al., 1991), de onde são conhecidas as subpopulações de N. utriculosum (proximidades da Reserva Biológica do Tinguá), foram totalmente suprimidas para dar lugar a pastagens e monoculturas, e hoje se encontram reduzidas a menos de 7% de sua cobertura original (Carvalho et al., 2006).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: As coleções mais recentes (1984) foram realizadas em matas de baixadas nas proximidades da Reserva Biológica do Tinguá (Leme, 2000).

Referências

- F.R. DI MAIO. Esp?cies amea?adas de extin??o no munic?pio do Rio de Janeiro - Fauna e Flora. 2000.

- FORZZA, R.C. ET AL. Bromeliaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000066>.

- LEME, E.M.C. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2000.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET AL. Bromeliaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.186, 2009.

- CARVALHO, F. A.; NASCIMENTO, M. T.; BRAGA, J. M. A. Composição E Riqueza Florística Do Componente Arbóreo Da Floresta Atlântica Submontana Na Regiâo De Imbaú, Município De Silva Jardim, RJ. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 3, p. 727-740, 2006.

- WANDERLEY, M. G. L.; LOUZADA, R. B.; SOUSA, G. M. DE ET ALGIULIETTI, A. M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M. J. G. DE ET AL. Bromeliaceae. Belo Horizonte, MG: Conservação Internacional, 2009. 496 p.

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; GONZÁLEZ, M. ET AL. Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de Espécies, Distribuição e Conservação. Rodriguésia, v. 59, n. 1, 2008.

Como citar

CNCFlora. Nidularium utriculosum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Nidularium utriculosum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/04/2012 - 14:00:05